JUSTIÇA BLOQUEIA BENS
Três
anos após a sua realização, a Expolaf de 2009, a primeira realizada na
administração de José Milton de Carvalho Rocha (PSDB) ainda rende
problemas para a administração e coloca o Chefe do Executivo numa
situação delicada em ano eleitoral.
A
maior novidade do caso veio com o anúncio de que a 4ª Vara Cível de
Lafaiete aceitou pedido de liminar do Ministério Público e determinou o
bloqueio dos bens do prefeito José Milton, do secretário municipal de
Cultura, João Batista da Silva Neto e do responsável pelo setor de
licitação à época da Expolaf/2009, Danilo Brito de Moraes.
Além
dos agentes políticos também foram atingidos pela medida judicial, mais
duas funcionárias da prefeitura integrantes da Comissão Permanente de
Licitação e a diretora da empresa "Ponto Arte Serviços de Projetos,
Criações e Produções de Eventos", que realizou a festa naquele ano.
Até 2009 a Expolaf era promovida por uma empresa terceirizada e,
naquele ano, a administração organizou o evento, e os shows foram
contratados através da empresa Ponto Arte.
A
decisão da Justiça foi motivada por uma Ação Civil Pública de
Improbidade Administrativa sobre possíveis irregularidades na licitação
para a promoção da Expolaf 2009 que custou aos cofres públicos cerca de
R$ 340 mil. O Ministério Público pede a devolução de mais de R$ 140 mil.
A decisão é em caráter liminar e cabe recurso.
Denúncias
As
denúncias de possíveis irregularidades na Expolaf 2009 tiveram início
com o vereador José Milagres (PT) através de uma representação junto ao
Ministério Público. Inicialmente havia um questionamento sobre a
destinação do dinheiro arrecadado com a cobrança do estacionamento
durante a festa. Cerca de 30 dias após estas denúncias teriam sido então
depositados nos cofres do município a quantia em torno de R$25.000,00
(vinte e cinco mil reais). Na sequência o Ministério Público abriu um
inquérito civil público para apurar outras denúncias, como a disparidade
dos valores pagos por alguns shows de artistas que se apresentaram no
parque de exposições.
Estranhamente, segundo as denúncias o show da dupla Teodoro e Sampaio custou a prefeitura valor em torno de R$112.000,00
(cento e doze mil reais) na exposição em Lafaiete em 2009. No ano
seguinte, em 2010 a mesma dupla fez um show na cidade de Lamim por R$60.000,00
(sessenta mil reais). Também consta da denúncia a informação de que a
banda NX-Zero teria recebido da empresa contratante pelo show em
Lafaiete o montante de R$80.000,00 (oitenta mil reais). Porém, a prefeitura pagou à empresa Ponto Arte o valor de R$140.000,00 (cento e quarenta mil reais).
Sem posicionamento
O Fato Real procurou ouvir envolvidos na denúncia e alguns dos atingidos pela liminar que bloqueia os seus bens.
Nesta
segunda-feira 09/04 o prefeito informou que não iria se pronunciar
sobre o assunto. José Milton disse que estivera viajando nos últimos
dias, que tomaria ciência dos fatos, discutiria com seu advogado a
questão, e não descartou a possibilidade de falar ao Fato Real sobre o
assunto. O prefeito sequer afirmou que já tinha conhecimento de que seus
bens estavam bloqueados.
O
promotor Glauco Peregrino também foi procurado. Através de sua
assessoria informou que não iria pronunciar-se sobre o caso, que poderia
vir a ter uma conotação política, que não é o propósito do Ministério
Público.
O
vereador José Milagres, que fez as denúncias iniciais confirmou algumas
informações levantadas nos últimos dias por nossa equipe e anunciou
para esta terça-feira (10) uma entrevista coletiva à imprensa local,
onde daria detalhes e mais informações sobre o processo.